A qualidade da produção de uma indústria é impactada diretamente pelo funcionamento do maquinário. Sendo assim, é preciso que o gestor encontre meios de fazer com que as máquinas trabalhem em alta performance, isso é, de forma correta e sem desperdiçar tempo e materiais.

Como é impossível que os equipamentos não apresentem falhas regularmente, é essencial realizar uma gestão eficaz de reparos, bem como dominar os indicadores de manutenção industrial, como o MTBF, um dos mais conhecidos do setor industrial.

Quer saber mais sobre essa métrica e sua importância para melhorar os resultados da sua empresa? Então, acompanhe este artigo para entender melhor o seu conceito e descobrir como é feito o seu cálculo!

Por que realizar uma gestão de manutenção na indústria?

Antes de falarmos especificamente do MTBF, é preciso entender a importância da gestão de manutenção na indústria, visto que se trata de um dos indicadores mais usados na área. Acompanhar o real estado do maquinário traz uma série de benefícios para a indústria, sendo que os principais são:

• redução de paradas não previstas;
• diminuição do estoque de peças para substituição;
• maior segurança dos colaboradores;
• aumento da vida útil dos equipamentos;
• redução dos custos da empresa.

A forma mais eficaz de conquistar esses resultados é elaborar um planejamento que inclui os seguintes passos:

• mapeamento dos fluxos de manutenção atuais;
• identificação dos tipos de manutenção (corretiva, preventiva e preditiva);
• utilização de softwares específicos para o gerenciamento eficaz;
• elaboração de cronograma de manutenção;
• integração dos setores responsáveis;
• acompanhamento das métricas e indicadores de performance, como o MTBF e o MTTR;
• ajustes necessários com base nos resultados dos indicadores.

Afinal, o que é MTBF?

É a sigla para Mean Time Between Failures ou tempo médio entre falhas — também chamado de Indicador de Confiabilidade. Trata-se de uma métrica de desempenho da área de manutenção industrial, a qual se refere à disponibilidade de um equipamento. Ou seja, representa o tempo médio entre as quebras ou falhas não previstas de uma máquina. O MTBF pode ser calculado em horas, dias, semanas ou meses. Isso depende do objetivo e particularidades de cada indústria.

Da mesma forma, o indicador pode ser referente à planta industrial a cada ativo que se deseja medir. Ao ter acesso à previsibilidade de nova falha, o gestor é capaz de tomar decisões de forma estratégica para evitar problemas na linha de produção. Em geral, o MTBF é analisado em conjunto com o MTTR, fator que pode gerar confusão entre as duas métricas.

Qual a diferença entre MTBF e MTTR?

É imprescindível que o gestor entenda bem a diferença entre os indicadores MTBF e MTTR para que não haja imprecisão nos cálculos e para que sejam aplicadas corretamente. MTTR é a sigla para Mean Time To Repair, isso é, Tempo Médio Para Reparo. Corresponde ao tempo que demora para realizar a manutenção de um item ou componente específico e retorná-lo ao status normal de trabalho.

Para seu cálculo é considerado desde a notificação inicial do erro, o tempo de envio para reparo, diagnóstico da falha, correção, montagem, calibração e retorno ao pátio fabril. Então, abrange o tempo desde o momento em que o colaborador identifica uma quebra até quando o equipamento volta ao seu funcionamento normal.

Logo, tanto o MTBF quanto o MTTR são indicadores diretamente relacionados à disponibilidade de um ativo da indústria. No entanto, enquanto o MTBF mede a confiabilidade de um equipamento, o MTTR indica a eficiência da manutenção corretiva.

Como calcular e aplicar esse indicador na indústria?

O cálculo do MTBF é bastante simples, mas requer atenção. Basta subtrair o tempo perdido do tempo total em que o maquinário deveria estar disponível e, em seguida, dividir pela quantidade de paradas ocorridas. Observe a fórmula:

MTBF = (tempo total disponível – tempo perdido) / número de paradas

Para entender melhor como esse cálculo funciona na prática, vamos imaginar uma situação comum em uma indústria. Digamos que a produção diária da sua empresa seja de 16 horas. Então, 16 horas é o tempo total disponível. Porém, um dos equipamentos apresentou 3 falhas nesse período, cujas durabilidades foram:

• 1ª falha: 1 hora;
• 2ª falha: 2 horas;
• 3ª falha: 0,5 hora.

Logo, podemos dizer que o tempo total perdido foi de 3,5 horas. Sendo assim, o cálculo do MTBF para essa máquina é o seguinte:

MTBF = (16 – 3,5) / 3

MTBF ≈ 4,16 horas

Isso significa que, em média, a cada 4,16 horas essa máquina deverá apresentar alguma falha. Obviamente, quanto maior for o MTBF, melhor será para a indústria, pois indicará que levará um tempo maior para que o equipamento apresente outra quebra.

Por que acompanhar o MTBF?

Obter e monitorar o resultado geral do MTBF e de cada máquina é fundamental para uma gestão mais eficaz. Isso porque ele possibilita:

• tomar decisões mais corretas: ao analisar o índice, é possível traçar estratégias mais eficientes para a empresa, como decidir sobre o momento de realizar uma manutenção completa de determinado equipamento ou sua substituição;
• estabelecer metas: ao conhecer o tempo médio de falhas, o gestor poderá definir metas atingíveis para cada máquina;
• identificar padrões: a análise do MTBF também permite detectar padrões, como o tempo de funcionamento até a primeira falha, peças que precisam ser substituídas com mais frequência, modelo e marca de máquinas que apresentam mais falhas, entre outros;
• aumentar credibilidade com clientes: ao otimizar a produção por meio do acompanhamento do índice, haverá mais qualidade dos produtos e cumprimento dos prazos acordados;
• reduzir custos: ao prever as próximas falhas, pode-se fazer um planejamento de manutenção preventiva, cujo custo é menor que o da corretiva e o da substituição de peças e máquinas.

O que fazer para aumentar esse índice?

Como mencionamos, quanto maior for o MTBF, melhores serão os resultados da indústria. Como o seu número depende diretamente do funcionamento das máquinas, a melhor forma de aumentar o índice é realizar um bom planejamento de manutenção preventiva. Isso inclui ações, como: análise da vibração, alinhamento e nivelamento a laser, medição tridimensional e a instalação correta dos equipamentos.

Enfim, o MTBF é um indicador fundamental para uma gestão eficaz, pois permite a otimização da linha da produção, potencializa a qualidade dos produtos e, ainda, ajuda a reduzir significativamente os custos. Como consequência, os resultados operacionais e financeiros da empresa serão impulsionados, o que faz com que conquiste uma fatia maior no mercado.

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