Refugo de produção: entenda mais sobre esse termo na indústria!
Há certas atividades na indústria que representam custos a mais e perda de tempo. É o caso do retrabalho na produção, que consiste em realizar novamente uma mesma atividade porque os resultados apresentados não satisfizeram. Ou seja, o produto não apresentou os parâmetros e as características do projeto. No retrabalho, as peças podem passar por reparos e serem comercializadas.
Outro conceito importante quando se trata de desperdícios e economia industrial é o de refugo na produção. Aqui, o material não pode ser mais usado no processo produtivo porque não está dentro das especificações e das características apropriadas, ou, porque não é mais possível que seja processado.
Quer saber como evitar esses problemas? Então, leia o texto, conheça os principais pontos de atenção e veja como aumentar a produtividade na indústria!
A documentação da estrutura de produto
Há muitas indústrias que têm suas documentações sobre produto somente no CAD (Desenho Assistido por Computador). Ainda que sejam fundamentais, os desenhos não captam informações de listas mais complexas, nem revelam as mudanças efetuadas em determinado projeto, já que ele se movimenta para a produção.
Confiar somente nas ferramentas de CAD amplia as possibilidades de falhas e o surgimento de retrabalho na produção e refugos. Por esse motivo, além de manter os desenhos dos produtos, convém a criação e a atualização das estruturas (lista de materiais) para cada um deles.
Já que essa informação fundamenta outros processos industriais — como a definição da compra de materiais, entre outros —, é importante que as informações da lista sejam precisas e atualizadas. As informações inadequadas podem, por exemplo, gerar a compra de peças erradas. Se elas não puderem ser devolvidas ou aproveitadas em outros produtos, acabam como refugo de produção.
O monitoramento do processo de produção
Além da documentação da lista de materiais, o acompanhamento rigoroso de todo o processo produtivo também ajuda a diminuir os retrabalhos e o acúmulo de sucatas. Por isso, é importante fazer perguntas como:
- Os funcionários contam com um procedimento padrão de produção para seguir?
- Eles recebem as instruções de trabalho corretas?
- Eles sabem quais ferramentas devem ser usadas em cada etapa do ciclo de produção?
- Os funcionários sabem quando deve ser realizada a inspeção de linha?
Essas são informações que devem ser transmitidas aos operadores com facilidade, garantindo que eles trabalhem com a versão mais atual do projeto de produção. Operar com informações desatualizadas é algo que pode gerar falhas e comprometer a gestão de qualidade na fabricação, resultando em produtos que necessitem ser reparados ou se transformem em refugo.
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O treinamento dos colaboradores
Uma das formas mais efetivas de evitar refugo na produção e o retrabalho é capacitando os operadores continuamente. Os treinamentos são uma excelente ferramenta do monitoramento do processo de produção, com impactos diretos na produtividade e no aumento da qualidade nas linhas de produção.
Ao automatizar tarefas ou implementar o uso de robôs industriais, por exemplo, os funcionários precisam estar habilitados para lidar com os novos processos e exigências, bem como a desempenhar suas funções de forma a agregar valor ao processo produtivo automatizado.
Ainda, treinamentos frequentes em relação ao manuseio de máquinas industriais, ao gerenciamento de manutenção e aos parâmetros de qualidade ajudam a aumentar a segurança no chão de fábrica. Sem contar que, quanto mais alinhados com o projeto e aos padrões, menores as chances de desvios e erros e, consequentemente, há menos retrabalho na produção e geração de refugo.
A gestão das mudanças e das versões
Já falamos da importância de gerenciar todas as mudanças e atualizar as informações para que os funcionários trabalhem dentro dos parâmetros definidos. Todas as modificações devem ser comunicadas aos interessados, incluindo a cadeia de suprimentos do fabricante. Antes de efetivar a mudança, é preciso comunicar antecipadamente aos envolvidos que haverá atualizações no projeto.
Vale lembrar que, contando com um software de gestão fica mais fácil efetuar o controle de mudanças e evitar retrabalhos e refugo de produção. Com um sistema automatizado, fica mais prático o monitoramento de todos os processos, inclusive o cálculo do fator de perda, que deve oferecer o resultado mais preciso possível.
A integração de setores com um ERP
Ainda sobre a gestão de mudanças, para facilitar a integração entre setores e melhorar a comunicação das equipes, vale a pena contar um ERP (sigla em inglês para Sistema de Gestão Integrado). Esse tipo de sistema ajuda a manter o fluxo de informações mais fluido e centralizado.
Assim, um gestor consegue acessar dados sobre compras, pedidos, estoque, produção e recursos humanos em uma única plataforma. Afinal, com a troca de informações descomplicada entre os diversos setores da indústria, fica mais fácil gerenciar o fluxo de trabalho no chão de fábrica, evitando sobras e desperdícios, por exemplo.
Uma demanda mal planejada, compras desnecessárias, a má gestão de estoque e até mesmo pedidos que não correspondem aos procedimentos padrões de produção da empresa podem acarretar retrabalho na produção e gerar refugo.
A inspeção do processo produtivo
A inspeção é realizada pelo próprio operador, que deve identificar se o produto está de acordo com os parâmetros definidos pela engenharia. Essa inspeção ajuda na redução das perdas das peças e nos retrabalhos porque detecta um defeito ou inconformidade logo no começo do processo, impedindo que mais materiais e mão de obra sejam adicionados à peça defeituosa.
A importância da medição
Finalmente, para garantir a redução de retrabalho na produção e o aparecimento de refugo, o investimento em equipamentos e processos de medição e controle representa ganhos em qualidade, produtividade e segurança no médio e no longo prazo.
Por exemplo, o uso de sensores que detectam aumento de temperatura e os níveis de líquidos em equipamentos industriais. Além disso, investir em processos de nivelamento e alinhamento de peças e componentes das máquinas ajudam a identificar precocemente desvios, controles dimensionais não confiáveis, aumento da vibração das peças etc.
Esses são problemas que acarretam não somente a perda da capacidade produtiva do parque fabril, como também podem levar à depreciação precoce de máquinas. Com desgastes excessivos, pode haver um tempo maior de parada não planejada, quebras prematuras e até mesmo a produção fora dos parâmetros, elevando o índice de retrabalho e refugo.
O uso de equipamentos modernos
Agora, para garantir a maior eficiência nos processos de medição, é importante contar com os avanços tecnológicos. Hoje em dia, existem equipamentos de metrologia de última geração, como o Laser Tracker, que oferece uma precisão cerca de 50 vezes mais elevada do que os tradicionais instrumentos analógicos.
É o caso dos equipamentos a laser para alinhamento e nivelamento. Eles ajudam a posicionar peças e componentes com um grau de confiabilidade bastante superior, o que garante que todo o maquinário esteja operando de acordo com os níveis de tolerância estipulados pelo fabricante e nos projetos de engenharia.
Como deu para ver, o planejamento de processos, o monitoramento e o uso de tecnologias podem favorecer bastante a produtividade na indústria. Esses cuidados minimizam o retrabalho, além de manterem os padrões de qualidade sempre em dia, evitando o refugo na produção.
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